sábado, 29 de setembro de 2012

Cortaram

O meu tendão
Mesmo com os joelhos dormentes
Ainda sinto o chão
Áspero e gelado
Tateio a verdade do piso
Depois de ver o tempo parado
de sentir o amargo, consigo
Ver o que foi perdido cedo
Nunca doeu, foi só medo
Do fato
De nao caminhar
Me desfez como gente
Por instantes
Infelizmente

Mostraram
Cortaram
O meu tendão
Ainda sinto o chão

sábado, 18 de agosto de 2012

Certeza?!

O que divide, o que atormenta
A certeza que espero
Ter sempre...
Quando olho para frente
Eu enxergo meus demônios
As certezas não te entendem
A fumaça do cigarro
Criou-se pelo fogo
Ter mais duvidas
Não nesse jogo
Preciso me deitar
sorrir sem ter porque
As certezas dessa vida
São coisas bem estranhas
Nada pôde prever
Eu queria ter a paz
Porquê as certezas não
Me pertencem mais.

sábado, 21 de julho de 2012

acontece no inverno


Um, ou outro
suspiro profundo
expectativa em te ver
eu não uso terno
tudo bem pra você?
é tua beleza
gestos fraternos
poesia na mesa
amor no inverno
um, ou outro
realmente viu
mas todos olharam
no instante
que sumiu
disseram:
- vai pro inferno
você e eu, aconteceu
no inverno
um, ou outro
dia antes
do amanhecer
a lua sorria
um branco óbvio
denunciando o brilho
do beijo sórdido
quente, eterno
e as mãos suam
no inverno


quarta-feira, 18 de julho de 2012

O jeito dos seus cabelos

Você as vezes, olha pra lá
suspeito que sonha com algum filme, do cinema francês
Mas provoca algo também, que se esconde
Seu olhar, assim, meio vago
Espantam as palavras


Então, você alinha seu olhar no meu e isso faz o tempo passar


Elas me encontram,
as palavras:


Um dia, talvez, de cabelos grisalhos, se seu olhar ainda se alinhar com o meu
Vou adorar o jeito dos seus cabelos, a forma que caem sobre seu rosto.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Em estrofes

Eu vi um sorriso
sorri ali mesmo
não pude pensar
apenas eu sinto
Não é amar?

Amor é louco
E sóbrio
Rouco, e nada
óbvio.

Eu vivo para amar
Deus, amigos, filhotes
E essa minha vida
De estrofes...


terça-feira, 22 de maio de 2012

Quem ama não trai.

Você se ama, certo?
Você já se traiu?
Como se sentiu?
Era um escuro pra dentro,
A saliva amarga e
A gravata apertada?
Responde pra mim... é assim?

Não consigo caminhar

Tem dias que olho pela janela,
procurando um motivo,
procurando ela.

domingo, 1 de abril de 2012

Meio-fio menino.

Sobre o meio-fio menino.
Fio de quem, a mãe cochicha.
Foi sem querer, todos viram.
Aquelas mãos de amparo, tremiam.
A poça que molha é suja, refletiu, desconheceu.
Prestar atenção, será que eu presto agora?
O sem-querer ensina senhora.
Olhar para os lados, conforta em hora.

Sabe lá

Sabe lá
tem muita coisa rolando
e essa frieza espanta
olho pra frente só quando ando
não vejo nada...
não vejo nada, além de anjos

sei-lá
Verdade nao tem de que.
sei-lá se é esse tal número onze
sei-lá se eu que estou treze
Ou se além do amor e da matemática
algo nessa vida tem sentido

sei-lá, se ainda se sabe amar
sei-lá se sua mente é suja
a minha talvez seja

sei-lá se aceito o boa noite
porque a noite é boa
só se você rezar...
amém!

De quase tudo

Não sou feito abraço
Sou também duvidoso
Não sou feito aço
Sou também presunçoso
Não sou feito safadeza
Sou também sermão
Não sou feito proeza
Sou também coração
Não sou feito azedo
Sou também limão
Não sou feito certeza
Sou também errado
Não sou feito clareza
Sou também pirado
Não sou feito família
Sou também cuidado
Não sou feito pilha
Sou também desligado
Não sou feito agulha
Sou também enfiado
Não sou feito ferida
Sou também machucado
Não sou feito sonho
Sou também acordado
Não sou feito vaidade
Eu sou feito de quase tudo
Que exista verdade.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Amanhã é sábado

Amanhã é dia
Hoje é diferente
Amanhã não chega
Hoje só a gente
Amanhã eu passo
Hoje é preguiça
Amanhã é sábado
Hoje é pizza
Amanhã eu durmo
Hoje eu não sei
Amanhã eu sumo
Hoje cheguei
Amanhã tem breja
Hoje pirei
Amanhã? Talvez
Hoje amei
Amanhã não chega
Hoje acabei
Amanhã é sua vez
Hoje não sei.


Amanhã é dia
Amanhã não chega
Amanhã eu passo
Amanhã é sábado


sexta-feira, 23 de março de 2012

Água mole em pedra dura...

Mosca da janela, acreditou
E morreu dura.
Eram dois caminhos
adiante ou reverso
Mas é pouco se eu vôo,
pensou o inseto.
Temos algo familiar
Eu e Ela
sabemos voar.
Só.
Mal dito, o Vidro.
Chega a dar dó.
Sempre parado
Todo culpado
E também chateado
Pobre do coitado.
Mas a mosca nem viu
Invisível o Vidro, é!
Não foi a cabeça que partiu
Foi um coração mal-me-quer